segunda-feira, 21 de maio de 2012

Röki bate mal e põe-se no caralho

- A erva estava boa. A água estava uma merda. A cabeça decepada do veado ainda me aborrece. Ele está a olhar para mim, não está?

E eis que a cabeça do veado começa a falar.

- Parabéns, ganhastes! Descobristes que eu estava a observar-te.

- Um veado! Que fala!

- Röki, como eu adoro a tua inocência pueril. Consegues focar-te no veado falante, quando na verdade é apenas a cabeça que fala. Está na cara que é um parasita transmorfo, que come as cabeças das presas e insere-se nos seus corpos, adquirindo a sua forma e identidade.

Nisto, o Rökiloy passa-se dos cornos.

- Estou farto da tua mania de seres mais que os outros! O Gajo é assim mas ele é o maior. Tu és um lixo de pessoa. É essa tua personalidade insolente, de caranguejo.

- Ha ha ha, Röki que ladra não morde!

- Cão! Mordo, e bem! Nem queiras saber! Mas antes que o faça e que te desfaça, vou aprender mais. Vou aprender mais, e vou utilizar a minha sabedoria para maximizar as minhas capacidades do freestyle mindfuck.

- Röki, não!

E o Rökiloy pôs-se nas putas, em direcção ao horizonte, de árvore em árvore, como o macaco azul lhe ensinou.
Entretanto, o parasita transmorfo já se estava a passar dos cornos por causa da falta de atenção que lhe estavam a dar.

- Agradecia que me dessem um bocado de atenção aqui, pode ser? Sinto-me só.

Sem considerar o pedido, O Gajo atira uma faca que atinge o parasita mesmo na bochecha, sacando-lhe um olho fora.

- Foste o motivo pelo qual o Röki nos abandonou de forma tão temporária! Morre, animal!

O Narrador tentou acalmar o gajo tocando-lhe no ombro, mas O Gajo enxotou-me, ou sacudiu o pó da terra húmida que tinha no casaco, não percebi. De qualquer das formas, eu e o Gajo não falamos mais até ao retorno do Röki. Foi um pacto sem palavras, mas ambos percebemos que teríamos que respeitar o espaço um do outro, e sendo assim, decidimos não partilhar a casa da árvore.

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