quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Alvorada Precoce

A meio do meu sono sou despertado por um macaco azul de costas, EI!, esperem lá, um MACACO AZUL?

- Vejo que já acordaste - disse o macaco azul virando-se de frente, revelando-se afinal ser um velhote com cabelo azul até aos pés - Agora posso-me apresentar. Sou o Deus das Artes Intelectuais, e estou aqui para te recompensar.

- Mas espera lá - disse eu ensonado - a intelectualidade é uma arte? E vais-me recompensar pelo quê?

- Não questiones o que não queres saber. Mas eu posso-te responder na mesma... - disse, fazendo uma pausa.

- E então...? - interrompendo o silêncio que já durava há segundos, mais precisamente dois.

- Foste testado, e passaste nesse mesmo teste.

- Fui testado? - disse eu num misto de dúvida e relutância.

- Sim, não foi o que acabei de te dizer? - disse a personagem divina com alguma impaciência - Mesmo depois de teres tido a tua casa revirada e o teu gato inconsciente foste capaz de estudar para o teu exame, sem dizer um 'ai'.

- Foste tu? Mas não tinhas o cabelo tão grande! - disse eu, como se estivesse a fazer uma grande observação.

- Não é óbvio? Seres divinos têm o perfeito domínio da transformação, são capazes de se tornar na cópia perfeita da outra pessoa, coisa que só alguns dos melhores ninjas do mundo conseguem.

- E eu algum dia vou conseguir ser como eles? - perguntei, sabendo das minhas limitações intelectuais.

- Depois da tua recompensa vais ser capaz de fazer quase tudo o que quiseres. Vou-te aumentar e muito as tuas capacidades intelectuais, e vais deixar de ser um mentecapto.

- Fabuloso! - gritei, ao mesmo tempo que saltei do amontoado de roupa onde estava a dormir.

- Amanhã não te vais lembrar de nada, portanto não esperes voltar a ver-me.

Dito isto ouvi-se um ZAAAAAAAAAAAP seguido de um flash luminoso, e não sei o que aconteceu depois porque já estava a dormir.

Nota do autor: No dia seguinte o Narrador não se lembrava de nada, portanto ele não era capaz de dizer esta mesma linha.

Ao acordar espreguiço-me com a sensação que estou preparadíssimo para o teste, embora não tenha estudado quase nada...
É de facto uma sensação estranha, mas deveras agradável. Pego na chávena, que estava no chão desde o trágico incidente em minha casa, e ponho duas colheres de café purinho, porque o Mokambo e os seus 20% de café não acordam ninguém. Enchi a chávena com leite, mexi, e bebi tudo num só trago.

- Ena, já estou atrasado, tenho que me pôr na escola rápido senão já não faço o exame. Nem tomei banho nem nada...que porco.

Ao acabar de dizer isto já tinha fechado a porta de casa e estava a montar a bicicleta.
Foram 3 minutos até chegar à escola, e quando subi os dois andares para entrar na sala, fiquei surpreso por não estar lá ninguém. Foi ness preciso momento que recebi uma sms dO Gajo, a dizer que a sala foi mudada.

- Ainda bem que O Gajo pensa sempre em mim, ele é o maior.

Corri para a sala, entrei e sentei-me, esperando com nervosismo o famigerado exame.
As portas fecharam-se, fez-se o silêncio, e a professora olhou-nos com um sorriso diabólico, ao mesmo tempo que pegou na resma de testes e os começou a distribuir.

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